Revista Yacht

5 8 OUTUBRO’ 2022 YACHT MAIS A transformação do cenário mundial, conectado pela internet, lançou uma nova realidade para a humanidade, com novos conceitos, numa linguagem própria globalizada, repercutindo no seu “modus vivendi”. Imagens midiáticas geradas pelos avanços tecnológicos e digitais, num universo da beleza entre outras variáveis... Principalmente nas redes sociais, que incentiva o exibicionismo, as imagens são projetadas influenciando e direcionando comportamentos. A sociedade contemporânea vivendo dentro do contexto midiático e da beleza, coloca no pódio a estética que se destaca entre os dois principais instrumentos de poder: o sexo e o dinheiro. Revelando um mundo totalmente estetizado, no qual tudo tem de bonito, afinal estamos na era do design. Muitas reflexões ocorreram e continuam ocorrendo marcando a história da humanidade com relação ao poder da estética e seus efeitos, num agregado de influências, nas quais envolvem a complexidade biológica e psicológica, que estão intrinsicamente ligados à autoestima de cada indivíduo, num processo subjetivo de avaliação pessoal, direcionado, principalmente, pela mídia, numa corrida desenfreada pela imagem que corresponda aos padrões estéticos vigentes. A estetização do mundo globalizado, pós-modernidade, merece uma considerável reflexão, não só no cotidiano da vida das pessoas, bem como na relação entre a ética e a beleza, já que o aspecto moral fica sob os holofotes da estética, no qual o racional perde força para emoções, seguindo os princípios subjetivos, longe de qualquer fundamentação moral e da ciência médica, num desejo doentio para atingir um ideal de beleza, muitas vezes inatingível para a realidade individual, numa verdadeira utopia. O corpo passa a ser o principal objeto do desejo, ficando fragmentado, manipulado e dividido em partes, que são trabalhadas e tratadas individualmente. Tais como, rosto, seios, glúteos, mandíbulas, pernas, entre outras. Neste processo, no qual a cirurgia plástica já esteve em evidência, surge agora a chamada “harmonização facial” ao alcance de todos pela novidade e o imediatismo dos efeitos da toxina botulínica e do ácido hialurônico, popularizados nos shoppings da vida. +A R T I GO POR FERNANDO FARIAS | FOTO RICARDO WEBER *FERNANDO FARIAS É ESCRITOR, PALESTRANTE, MEMBRO DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE, ARTICULISTA & ANALISTA DE REDES SOCIAIS O poder da estética Nada contra os procedimentos estéticos ou até intervenções cirúrgicas, muito pelo contrário, que por sua vez são necessários para uma imagem pessoal mais bem posicionada e valorizada, fazendo-se sua exibição sem constrangimentos, transmitindo uma ideia de independência, força de vontade, autodisciplina e segurança, transformando traços, melhorando a harmonia do rosto e tratando o envelhecimento facial, sempre com o auxílio de profissionais qualificados. Todo ser humano tem sonhos! Entretanto, não devemos esquecer que somo únicos com toda nossa individualidade. Assim, não podemos construir a nossa imagem se espelhando no outro e, muito menos, seguindo modismos, tirando toda nossa essência pessoal. Lembrando, ainda, os princípios básicos da ciência do belo, que são harmonia e proporção. E que o todo vale mais que as partes! Não podemos nos deixar dominar pelo poder da estética e sim, usá-la em nosso favor. Relativizando os padrões e conceitos da ditadura da beleza, observando principalmente que as pessoas devem ser avaliadas, não pela beleza. Sim, respeitadas em toda sua dignidade humana. Tais como, autenticidade, caráter, talento e habilidades, destacamos. Isto posto, o importante é não buscar a felicidade na imagem ideal, muitas vezes inatingível. O mundo é o lugar das pessoas concretas com suas limitações e amplitudes. O corpo e suas variadas formas será sempre um grande espetáculo, pois a diferença está no olhar de cada um de nós. “Que desgraça é para o homem envelhecer semnunca ver a beleza e a força do que o seu corpo é capaz.” Sócrates

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